ENTREVISTA - Gerenciamento bem-sucedido de obras

ENTREVISTA - Gerenciamento bem-sucedido de obras

Engenheiro Civil e sócio fundador da Vertical Gestão de Obras, Lucas Araújo, com a experiência de quem passou por diversas áreas como produção, coordenação de equipes e gestão de áreas estratégicas de empresas de grande porte do setor, fala sobre os principais desafios presentes no gerenciamento e como planejamento inicial é fundamental para o sucesso de uma obra.

- Quais são, na sua opinião, os principais desafios no gerenciamento de uma obra?

O principal desafio no gerenciamento de obras é manter o equilíbrio entre os diversos âmbitos do dia a dia de um canteiro, como controle da produção, gestão de compras e contratações, estoque, qualidade, pessoas e interação com as demais áreas da empresa.  

Tal equilíbrio exige uma boa cultura de gestão, focada em fatos e dados para a melhor tomada de decisão no dia a dia da obra.

O que aprendi ao longo dos anos e aplicamos todos os dias na Vertical – é que mais do que ferramentas, é preciso visão estratégica, adaptação e sempre estar pensando vários passos à frente.

- Como o planejamento inicial impacta no sucesso da execução de obra?

O planejamento feito no momento correto tem o poder de mitigar vários problemas, antecipar estratégias e ações que só seriam vistas no momento da execução onde não se tem na maioria dos casos tempo para estudar a melhor solução equilibrando execução, custo e qualidade. Quando falo de planejamento não é sobre o cronograma é sim pensar em todas os âmbitos como: Análise crítica dos projetos, logística e o melhor sequenciamento de atividades.

Na Vertical, estruturamos o planejamento em três níveis: longo, médio e curto prazo. Isso nos dá clareza sobre onde queremos chegar, mas também agilidade para ajustar o caminho. Com essa estrutura, conseguimos antecipar gargalos, organizar as compras com inteligência, direcionar as equipes e manter o controle da obra na prática, não só no papel.

Mais do que um documento inicial, planejamento para nós é um processo contínuo. Ele evolui junto com a obra. É isso que transforma um projeto viável em um empreendimento entregue com sucesso.

- Quais erros de gestão você considera mais comum?

Muitos erros em obra poderiam ser evitados tendo dados confiáveis e de fácil acesso. Com isso uma gestão mais ativa,

Acompanhar prazos e custos precisa ser um processo vivo, feito em tempo real. Esperar o fim de mês para entender onde houve desvio é, na prática, abrir mão da chance de corrigir no momento certo. Deve-se ter um foco muito grande nas restrições para que novas atividades comecem no momento certo evitando sempre estar “apagando incêndio”.

Gosto de gestão a vista, que nos mostram onde estamos indo bem e onde precisamos intervir. Isso nos ajuda a ser mais preciso nas intervenções.

E, claro, não posso deixar de citar o que talvez seja o mais silencioso dos erros: a falha de comunicação entre setores, inclusive dentro do canteiro. Porém, quando áreas de controle, suprimentos e execução não falam a mesma língua, quem paga a conta é o projeto. E é uma conta cara: retrabalho, desperdício e desmotivação.

- Quais estratégias você utiliza para melhorar a produtividade da equipe no canteiro de obras?

Produtividade nasce de um ambiente bem liderado. E para liderar, é preciso estar presente. Começamos com metas claras e bem definidas no curto prazo, alinhadas com o cronograma da obra. Reuniões rápidas durante o dia ajudam a manter o foco, resolver travas e garantir que todos estejam na mesma página.

Acredito em investir em capacitação contínua, porque um time bem treinado trabalha com mais autonomia. E não menos importante: cuidar da motivação do clima no canteiro. Mostrar como cada função contribui para o todo – e isso cria engajamento real. Quando a equipe entende seu papel na entrega e está focada em metas bem definidas, a produtividade acontece como consequência.

- Quais boas práticas você considera essenciais para evitar retrabalho na execução?

Retrabalho é um problema crônico nas obras, com impactos profundos. Ele compromete cronograma, orçamento e principalmente, a qualidade do produto.

Para evitá-los, seguimos pilares fundamentais:

1. Uma boa compatibilização prévia de projetos – garantir que todas as disciplinas estejam alinhadas nos vários aspectos como: execução, normas, soluções técnico/financeiras e qualidade final. Evitando que soluções sejam tomadas no momento da execução.

2. Ter um sequenciamento prévio bem pensado no momento do planejamento e respeitado no momento da execução, de forma que as atividades possam sair no setor com a atividade 100% pronta.

3. Treinamento dos critérios de como fazer e receber os serviços para as equipes envolvidas.

4. Recebimento criterioso das atividades com acompanhamento próximo e validação contínua do que está sendo feito.

5. Comunicação clara e ativa – e aqui falo tanto da horizontal, entre os membros da equipe, quanto da vertical, entre os diferentes níveis de liderança.

Image
SIGA-NOS


Informações


 (62) 3095-5155

 Rua João de Abreu, nº 427, Setor Oeste - Goiânia-GO - CEP: 74120-110

ANUNCIE CONOSCO

Venha para a vitrine da Cadeia da Construção.

Saiba mais...