INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO - Clima seco e o impacto nas obras em Goiás

INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO - Clima seco e o impacto nas obras em Goiás

Entre os meses de junho e agosto, a estiagem se intensifica, trazendo consequências diretas tanto para o andamento das obras quanto para a saúde dos profissionais que atuam nos canteiros.  A mudança no clima é tão intensa que em junho de 2024, Goiânia registrou o dia mais seco do país, com umidade relativa do ar em apenas 18%, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um mínimo de 60%.

Em Goiás há duas estações bem definidas. A seca se intensifica em junho, julho e agosto, com noites frias e dias muito quentes. A baixa umidade relativa do ar, que pode atingir níveis críticos neste período, representa um dos principais desafios para a gestão de obras e a saúde ocupacional do segmento da construção. Este cenário climático exige adaptações técnicas nos processos construtivos e cuidados específicos com os trabalhadores.

A Coordenadora de Saúde do Seconci Goiás, Dra. Patrícia Montalvo, explica que a desidratação é uma das principais preocupações, pois o calor e o ar seco aumentam significativamente a perda de líquidos do corpo. Segundo ela, “os baixos índices de umidade relativa do ar e a concentração de poeira no ambiente, contribuem para o surgimento ou agravamento de doenças respiratórias alérgicas, além de comprometer a defesa imunológica, estimulando a propagação de doenças respiratórias virais.” Ela também alerta para a irritação nos olhos e o ressecamento da pele, causados tanto pelo tempo seco quanto pela poeira, o que afeta diretamente o bem-estar e a produtividade dos trabalhadores. “O calor excessivo e a desidratação provocam cansaço extremo e comprometem o desempenho físico e cognitivo, aumentando o risco de acidentes, uma vez que reduzem a atenção e a capacidade de resposta durante as atividades no canteiro de obras.”

Para garantir a saúde dos trabalhadores é essencial adotar medidas que promovam um ambiente seguro e consciente. A Dra. Patrícia destaca a importância de ações preventivas no canteiro de obras, “conscientizar os colaboradores sobre a hidratação constante e priorizá-la com fácil acesso a água potável e pausas regulares, atendendo ao disposto na Norma Regulamentadora (NR)18. Para cada 25 funcionários deve haver um bebedouro com água filtrada e fresca. Para utilizá-lo o colaborador deve se deslocar menos de cem metros na horizontal e 15 na vertical. Se a água for servida em recipiente, ele deve ser portátil e herméticos sendo proibido o uso de copo coletivo. É importante também, a conscientização sobre o uso do protetor solar, além da importância de treinamentos sobre os cuidados com a saúde no clima seco”. A médica ainda recomenda a pulverização de água nos ambientes de trabalho para conter a poeira e o acompanhamento contínuo da saúde dos trabalhadores por meio de avaliações médicas.

A baixa umidade pode impactar também, materiais de construção e estruturas dentro dos canteiros de obras. Juliano Lacerda, coordenador de Segurança do Trabalho do Seconci Goiás, explica como se planejar e reduzir perdas de materiais dentro das construções. “O clima seco afeta diretamente o comportamento dos materiais de construção, exigindo cuidados técnicos específicos, como por exemplo: armazenamento de aglomerantes; na cura do concreto utilizar agentes de cura química ou mantas geotêxteis saturadas, mantendo a superfície úmida por pelo menos 7 dias para evitar fissuras por retração. acondicionar materiais e derivados corretamente. Madeiras e MDF podem empenar e selantes, tintas e massas podem perder a viscosidade”.

Nesta época de estiagem também é importante falar sobre o uso consciente da água nos canteiros. Juliano Lacerda dá dicas: “Implementar sistemas de tratamento simplificado para reaproveitamento da água utilizada em lavatórios e chuveiros, direcionando-a para atividades como compactação de solo e limpeza de áreas comuns; Utilizar tecnologias de baixo consumo como torneiras com temporizadores ou sensores; Monitorar o consumo de água para identificar consumos anormais e vazamentos, estabelecendo metas de consumo por etapa construtiva; Capacitar os trabalhadores sobre práticas de economia e lavagem otimizada de ferramentas; Intensificar a segregação e o reaproveitamento de resíduos, evitando o acúmulo de materiais que possam se tornar combustíveis em caso de incêndios, mais comuns no período seco.”

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