ISABELLE VALOIS - Engenheira civil formada pela PUC GO e pós-graduada em Inovação e Empreendedorismo pela Boston University Metropolitan College. Com experiência em grandes grupos como Brasal e Terral, atualmente ela integra o departamento comercial e o Conselho Executivo da Dinâmica Incorporadora, além de ser Sócia Executiva do Grupo Maval.
O mercado imobiliário passa por transformações significativas, impulsionadas por inovações tecnológicas, mudanças no comportamento do consumidor e desafios econômicos. Para 2025, algumas tendências se destacam e devem moldar o setor nos próximos anos.
A busca por construções sustentáveis e eficientes do ponto de vista energético tem ganhado força. A conscientização ambiental e regulamentações governamentais estão impulsionando a adoção de tecnologias ecológicas, como painéis solares, reaproveitamento de água e materiais sustentáveis na construção.
O uso de realidade aumentada, inteligência artificial e big data para personalização da experiência do cliente e análise de mercado está crescendo rapidamente. A chamada "IA Agêntica", que permite sistemas autônomos tomarem decisões com base em seu ambiente e objetivos, promete revolucionar o setor. Assistentes virtuais, robótica e automação de processos devem tornar a compra e venda de imóveis ainda mais ágeis e eficazes.
Com a popularização do trabalho remoto, cresce a demanda por imóveis que contemplem espaços multifuncionais, adequados tanto para residência quanto para home office. Essa tendência reflete a necessidade de adaptação dos ambientes à nova dinâmica de trabalho e lazer. O desenvolvimento de cidades com infraestrutura tecnológica avançada, focadas na mobilidade urbana e na qualidade de vida, é uma das grandes promessas para o futuro. Em março de 2025, um fórum internacional em Taiwan discutirá novas soluções tecnológicas e sustentáveis para o setor imobiliário.
Aprendi com meu pai que os três pilares que influenciam a decisão de compra no setor são localização, preço e produto. A proximidade de serviços essenciais, transporte público, escolas e áreas de lazer tem sido um diferencial cada vez mais valorizado. As taxas de juros em alta tornam o crédito mais caro e menos acessível, impactando diretamente os financiamentos. Segundo o Comitê de Política Monetária (COPOM), a taxa Selic foi elevada para 13,25% ao ano, influenciando o mercado. A qualidade do imóvel, seu potencial de valorização e as condições de pagamento são fatores determinantes na decisão do comprador. Na Dinâmica Incorporadora, exploramos condições diferenciadas e temos cases de valorização superiores a 100%.
O mercado em 2025 enfrentará desafios relacionados à inflação e à taxa de juros elevada, que dificultam o acesso ao crédito. Com critérios mais rigorosos das instituições financeiras, a concessão de financiamentos pode se tornar mais complexa, reduzindo as vendas e impactando o preço dos imóveis. Por outro lado, investir em imóveis continua sendo uma estratégia eficaz contra a inflação. Os ativos imobiliários tendem a se valorizar ao longo do tempo, proporcionando segurança patrimonial e uma fonte estável de renda por meio de aluguéis.
Diante do cenário desafiador, alternativas como consórcios e financiamentos diretos com incorporadoras ganham destaque. Em Goiânia, grandes empresas do setor já aderiram a essas novas estratégias. Os compradores enfrentarão dois grandes desafios: incerteza econômica e dificuldade de financiamento. Instabilidade política e flutuações econômicas podem gerar hesitação na tomada de decisão, enquanto juros altos e exigências bancárias mais rigorosas podem dificultar o acesso ao crédito imobiliário.
Isso pode levar a uma mudança no comportamento do consumidor, que pode optar por imóveis menores, localizações alternativas ou até mesmo pelo aluguel. Diante desses desafios, o mercado pode apresentar soluções inovadoras, como modelos de copropriedade e financiamento coletivo. Essas estratégias podem democratizar o acesso à moradia e impulsionar o setor mesmo em cenários adversos.
O mercado imobiliário de 2025 será dinâmico e desafiador, exigindo adaptação e criatividade por parte de compradores, investidores e incorporadoras.